Por Marcel Caparoz, da RC Consultores

O Banco Central divulgou hoje o relatório trimestral de inflação, confirmando a expectativa de persistência da inflação na economia. Para este ano, a expectativa do banco para o IPCA subiu para 6,1%, ante 5,6% no relatório anterior. Para 2015 e 2016, projetam-se altas de 5,5% e 5,4%, respectivamente, acima do centro da meta de 4,5%. Segundo o relatório, esta persistência da inflação corrente reflete, em parte, a dinâmica dos preços no segmento de serviços, que permanecem pressionados no patamar médio de 8,5% ao ano.

Este cenário de persistência das expectativas de inflação acima do centro da meta para os próximos anos é preocupante. E o comitê do Copom demonstra estar ciente do problema, afirmando que “tendo em vista os danos que a persistência desse processo causaria à tomada de decisões sobre consumo e investimentos, na visão do Comitê, faz-se necessário que, com a devida tempestividade, o mesmo seja revertido”. No mercado de fatores, o Copom pondera que um risco importante para a inflação advém do mercado de trabalho, que mostra margem estreita de ociosidade, resultando em elevação dos salários reais acima da produtividade. Segundo dados divulgados hoje pelo IBGE, a taxa de desemprego alcançou o menor patamar para os meses de fevereiro (5,1%). As expectativas futuras para a inflação estão sendo influenciadas pelas incertezas que cercam os preços administrados, como o da gasolina e os de alguns serviços públicos, como eletricidade e transporte público, que deverão sofrer reajustes ao longo de 2014 e 2015. A questão agora é saber como o governo irá manejar essas altas dos preços administrado em pleno período eleitoral e de alto questionamento público.

Ed.388