Por José Valter Martins de Almeida / Augusto Cattoni, da RC Consultores

A ata do Banco Central divulgada ontem aponta “o risco de que mecanismos de indexação e a piora na percepção dos agentes econômicos realimentem a inflação” como fatores que levaram o Comitê de Política Monetária (Copom) a intensificar o ritmo de elevação da taxa básica de juros na semana passada. Também ontem, a agência de classificação de risco Standard & Poor's colocou em perspectiva negativa a nota do Brasil, após a ter elevado para BBB há pouco mais de um ano. A agência justificou a ameaça de rebaixamento pela deterioração da política fiscal do governo e pelo baixo crescimento.

Essas notícias mostram que o excesso de otimismo em relação ao desempenho do Brasil, fruto da equivocada euforia dos mercados financeiros, que inclusive pode ter levado a algumas agências de rating a ter se equivocado na correta avaliação do risco soberano, pode estar se frustrando. Não por acaso, O Globo noticiou ontem que o Brasil foi reprovado em 41 dos 57 itens avaliados em sete pilares econômicos analisados em um estudo realizado pela consultoria americana Boston Consulting Group. O levantamento analisa a capacidade brasileira de atrair empresas internacionais e se estabelecer como um importante ponto de fluxo de investimentos estrangeiros em relação a outros 13 países.

Ed.201