Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

O Banco Central subiu a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 10,5% ao ano. Este aumento surpreendeu alguns analistas que esperavam uma alta de apenas 0,25 ponto percentual. No entanto, quando o presidente do Bacen se posicionou sobre o resultado da inflação de 2013 afirmando que o indicador mostrou “resistência ligeiramente acima da esperada”, já era aguardado que o ritmo da alta de juros permanecesse.

A alta de 0,92% do IPCA em dezembro ficou acima das expectativas, mas a aceleração dos aumentos a partir do segundo semestre do ano passado já estava embutida em muitas projeções. Sem a repressão dos preços administrados, como energia elétrica, transporte urbano e gasolina, por exemplo, a taxa anual teria rompido o teto de 6,5% de tolerância. Em 2014 o grau de liberdade será menor para os preços administrados, acrescido do impacto da desvalorização do Real que ainda se refletirá sobre os preços. Além disso, a inflação dos serviços continua rodando bem acima do teto da meta. Com a persistência da política fiscal expansionista por parte do governo, a alta dos juros não vai parar por aqui.

Ed.346