Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores 

O Banco Central da Coreia acaba de confirmar que seu país entrou para o clube dos emergentes com "Pibinho". É o pior desempenho desde 2009. A economia coreana decepcionou com um crescimento de apenas 1,5% no quarto trimestre de 2012 sobre o mesmo período no ano anterior. No ano de 2012, a Coreia crescerá apenas 2%. Apesar de dois cortes nos juros e estímulos monetários diversos, o desempenho daquele gigante industrial exportador foi altamente prejudicado pela recessão nos países importadores, especialmente Europa. Algumas indústrias de ponta como a Samsung continuaram bem, mas setores como o naval e siderúrgico recuaram muito. Mais de metade do PIB coreano depende das exportações industriais do país.

Em 2013, o BC da Coreia prevê um pequeno ( em termos de Coreia) avanço, da ordem de 2,8%. No Brasil, por comparação, prevemos um PIB na faixa de 3 a 3,5% porque temos os segmentos do agronegócio e dos serviços no mercado interno a compensar as agruras da indústria. Mesmo esta terá melhor resultado relativo em 2013. As dificuldades coreanas ilustram como é, de fato, um fenômeno mundial o aperto do setor manufatureiro. Isso reforça o julgamento de acerto das medidas de desoneração e de estímulo promovidas pelo governo brasileiro. Falta apenas muito mais ousadia para simplificar e desburocratizar na área de impostos, o que seria uma grande contribuição à redução de custos industriais.

Ed.112