Por Marcel Caparoz, da RC Consultores

 

O déficit comercial do Japão aumentou 70% em 2013, atingindo um recorde de US$ 134 bilhões. Já é o terceiro ano consecutivo de déficit, confirmando a dificuldade encontrada pelo país em aumentar suas exportações ao mundo, mesmo com o iene sofrendo forte desvalorização (Abenomics). A fraca retomada das economias maduras, como EUA e Europa, restringe o crescimento do comércio global. Assim como o Japão, o Brasil também apresenta grande dificuldade para ampliar suas vendas externas, mesmo com a recente desvalorização do Real, que teoricamente deveria ajudar no saldo da balança comercial.

A baixa competitividade brasileira frente aos demais países impede um melhor desempenho das nossas exportações, principalmente dos itens manufaturados. Além disso, o menor nível de crescimento chinês em conjunto com as maiores restrições às importações adotadas pela Argentina, têm impactado diretamente o resultado da balança comercial brasileira. A desoneração temporária da folha salarial, adotada pelo Governo no período pós-crise para alguns setores industriais, deverá ser mantida nos próximos anos, impedindo uma deterioração ainda maior da nossa competividade. A busca mais efetiva por novos parceiros comerciais é de fundamental importância para a diversificação e ampliação da pauta de exportação brasileira. Estima-se que um acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, que tem sido costurado a duras penas nos últimos anos, possa ampliar as trocas em até 9 bilhões de euros ao ano.

Ed.400