Por Thiago Custódio Biscuola, da RC Consultores

O dólar encerrou ontem a R$ 2,3790, voltando ao patamar registrado no final de agosto. O fraco desempenho do PIB do terceiro trimestre fez com que os investidores estrangeiros aumentassem suas apostas contra o real. Uma medida disso é a posição líquida comprada em dólar, que passou de fUS$ 14,0 bi para US$ 20,3 bi na última semana, um recorde histórico. Outro exemplo desta escalada de pessimismo em relação à economia brasileira é a subida das taxas dos títulos públicos de longo prazo. As taxas de compra da NTN-B com vencimento em 2050, papel atrelado ao IPCA, subiram de 5,47% ao ano em meados de julho para 6,83% hoje.

O Federal Reserve (FED), por sua vez, deverá dar inicio aos cortes do programa de compras mensais de ativos somente em 2014. Apostas se concentram na reunião que será realizada em março, uma vez que a economia norte-americana ainda segue dependente dos estímulos. Se por um lado a produção industrial norte-americana tem mostrado sinais de aceleração, por outro a inflação segue muito abaixo da meta de 2%. Esse aumento da aversão global ao risco é aliado à perspectiva de que o quadro internacional em 2014 deverá repetir a influência negativa que vem tendo sobre os fundamentos macroeconômicos do Brasil – commodities em baixa, demanda comercial global ainda fraca e emergentes em desaceleração. Todos estes fatores conspiram para manter o Real pressionado. A marcha da taxa cambial dependerá, nos próximos dias, de eventual extensão das operações de swap cambial promovidas pelo Banco Central.

Ed.326