Por Marcel Caparoz e Thiago Biscuola, da RC Consultores

O debate ocorrido ontem entre os representantes das duas forças políticas que disputam o segundo turno das eleições presidenciais, o atual ministro da Fazenda Guido Mantega e o ministro a ser indicado ao posto pelo candidato Aécio Neves, Armínio Fraga, abordou os principais temas econômicos do Brasil, contrapondo realizações do passado e desafios para o futuro.

Os representantes apresentaram conceitos diferentes, porém complementares. O atual ministro da Fazenda se mostrou mais adepto ao prolongamento das medidas pontuais e anticíclicas, capazes de reduzir o impacto dos ajustes macroeconômicos nas famílias e nos setores estratégicos do País. Em contrapartida, Armínio Fraga defendeu a adoção de medidas e reformas de caráter estrutural, sugerindo uma maior transparência e previsibilidade da economia. Embora as ações pontuais anticíclicas tenham amenizado os impactos da crise na economia doméstica, os efeitos destas ferramentas parecem ter se esgotado. Medidas de cunho estrutural serão fundamentais para elevar a eficiência e a capacidade produtiva do País, garantindo que os comemorados ganhos sociais, iniciados no governo FHC e ampliados durante o mandato de Lula, não sejam perdidos ao longo do tempo.