Já é certo que todos os bancos que ofertam financiamento habitacional aumentarão suas taxas. Os bancos públicos, responsáveis por capitanear o alavancamento deste tipo de recurso nos últimos anos, anunciam importantes mudanças. Dentre eles, a Caixa Econômica Federal (principal instituição pública para a modalidade imobiliária), que já anunciou o encarecimento do crédito, válido desde 13 de abril.

É a segunda vez que o banco encarece os recursos imobiliários no ano. Em janeiro houve reajuste dos recursos da poupança (SBPE) no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Desta vez, o foco difere da elevação ocorrida em janeiro, que atingia imóveis com valores elevados. As taxas passaram de 9,15% a.a. para 9,45% a.a. para aqueles que não possuem vínculo com o banco. Para aqueles que já possuem relacionamento com a Caixa, o valor passou de 8,75% a.a. para 9,30% a.a. Os financiamentos que usam o sistema SAC (em que as parcelas são mais altas no início) podiam financiar até 90% do imóvel e agora têm teto de 80%, e para os financiamentos do sistema Price (em que o valor das parcelas é constante) agora podem financiar até 50% do imóvel. As únicas taxas de juros não afetadas foram as dos financiamentos habitacionais contratados com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida e FGTS.

Em nota divulgada pela Caixa, o encarecimento do crédito ocorre devido à alta da taxa básica de juros (Selic). Até agosto de 2012, a poupança rendia 0,5% ao mês mais a variação da Taxa Referencial (TR). Após este período, a remuneração passou a depender da Selic: quando for igual ou menor a 8,5% ao ano, a poupança passa a render 70% da Selic mais a variação da TR. Em termos mais diretos, como a poupança se tornou menos atrativa, as pessoas passaram a investir em outros canais. O problema é que essa era a fonte principal dos recursos direcionados. Com as mudanças, os bancos tiveram que reorganizar suas captações em outros tipos de investimentos, LCI e CRI (títulos lastreados ao mercado imobiliário) que são mais caros, pois acompanham a taxa básica de juros.

De qualquer maneira, podemos ter certeza de um fato: no mercado, quando o principal player toma uma atitude, independente da direção, a tendência é que os demais o sigam.