Por Thiago Custódio Biscuola, da RC Consultores

Após longos anos de espera, finalmente o Brasil volta a sediar a Copa do Mundo de Futebol. Recursos não faltaram ao longo dos sete anos de preparação do evento. Estima-se que R$ 26 bilhões foram gastos por governos e empresas nas cidades-sede, acima dos R$ 23,5 bilhões apontados pela Matriz de Responsabilidade da Copa em 2010. Destes, segundo relatório do Tribunal de Contas da União, R$ 21,4 bilhões saíram dos cofres públicos. Esta também previa 93 projetos de infraestrutura, mas apenas pouco mais de 80 serão entregues, ainda assim, muitos com atraso ou incompletos.

Orçamentos e prazos estouraram quase sem exceção. No entanto, um legado positivo será deixado para a população residente nas cidades-sede. Doze aeroportos foram, de algum modo, modernizados, a rede hoteleira se expandiu, algumas obras importantes de mobilidade urbana foram entregues e os torcedores terão, finalmente, arenas seguras e bem equipadas para desfrutarem as partidas de seus clubes e demais espetáculos. Por outro lado, a principal oportunidade perdida pelo Brasil foi a de gerir tamanho esforço e mobilização de recursos com eficiência. O que se viu foi mais do mesmo. Falta de planejamento, gerenciamento precário e desperdícios volumosos foram presenças marcantes nas obras. Esse é a outra copa que precisamos ganhar. Até lá vamos torcer pelo time do Brasil.