Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

A Espanha divulgou ontem seu projeto de orçamento para 2013, marcado pela austeridade para reduzir o déficit público. No orçamento estão previstas uma redução do salário desemprego, aumento do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) em dois pontos percentuais, congelamento dos salários dos funcionários públicos e criação de uma “autoridade orçamentária independente”. As 17 regiões autônomas ainda precisam apresentar seus orçamentos e cortar € 5 bilhões adicionais para cumprir as metas de redução do déficit público.

O primeiro-ministro Rajoy vem resistindo a pressões para pedir um resgate devido à preocupação quanto às condições que seriam atreladas à ajuda financeira.  A Espanha necessita de € 130 bilhões para financiar seus déficits, resgatar sua dívida no prazo e pagar juros. Por hora, é viável que consiga esses recursos nos mercados. O problema é que os mercados podem se inflamar e os juros aumentarem. Ontem os juros de empréstimos com vencimento em 10 anos já ultrapassaram o teto dos 6%. Um ponto percentual de juro aumenta o serviço da dívida espanhola em € 1,3 bilhão. Com o aumento das taxas de juro, parece inevitável que Rajoy recorra à ajuda comunitária.

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