Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

Na próxima quarta-feira, 31 de julho, o Birô de Análises Econômicas – BEA – dos EUA vai revisar o tamanho e composição do PIB americano, de forma retroativa até o primeiro ano de registro em 1929, incorporando bens intangíveis como pesquisa e desenvolvimento, até aqui registrados como despesas. O impacto da revisão será imediato. O PIB americano terá um impulso em torno de 2,7% e o índice de crescimento futuro provavelmente será maior.

Essa mudança deve incrementar a discussão se o FED vai encerrar seu programa de estímulo monetário no próximo ano. Nas últimas décadas os investimentos em bens intangíveis têm sido superiores aos tangíveis nos EUA. Isso deve permitir a economia americana liderar a recuperação dos países mais desenvolvidos. Além de arrancar na frente, os EUA devem sair da crise com uma indústria mais eficiente e mais competitiva. O setor industrial retomou mais cedo os investimentos tanto em capacidade produtiva como em inovação. Além disso, a exploração do xisto como fonte energética é uma importante fonte de redução de custos. A se confirmar os sinais de dinamismo mais fortes, não seria surpresa se Bernanke voltasse a falar em encerrar a injeção de recursos no mercado financeiro. Ainda que a tentação de imitar Greenspan, esticando a euforia das bolsas e empurrando pra frente o ajuste, seja grande.

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