Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

O Brasil e os EUA fecharam nesta semana um acordo para encerrar a disputa comercial entre os dois países sobre os subsídios pagos pelo governo americano a seus produtores de algodão. A assinatura do acordo encerra uma disputa que se estendia há doze anos. O entendimento bilateral inclui pagamento adicional de US$ 300 milhões, com flexibilização para aplicação de recursos, o que contribui para atenuar prejuízos sofridos pelos cotonicultores do Brasil. Além disso, os EUA se comprometeram a efetuar ajustes no programa de crédito e garantia à exportação (GSM-102), que passará a operar dentro de parâmetros bilateralmente negociados, proporcionando melhor competitividade para os produtos brasileiros no mercado internacional.

O programa GSM-102 garante, por parte do governo americano, o pagamento aos bancos que concedem crédito para financiar importações de commodities agrícolas americanas. A redução do risco para a instituição financeira nos EUA pode refletir em taxas de juros mais baixas do que ocorreria sem a garantida da USDA. O programa da USDA considera a disponibilidade da garantia a países ou regiões onde o mercado para exportações agrícolas americanas possa ser mantido ou ampliado. Por isso, o mais importante neste acordo foi o entendimento conquistado com relação ao GMS-102, por não abranger apenas o algodão, mas todo o agronegócio.