Por Marcel Caparoz, da RC Consultores

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou ontem a revisão para baixo do PIB potencial brasileiro, de 4,25% para 3,5%, reforçando que tal número só poderá ser alcançado no caso de um avanço dos investimentos e da produtividade da economia. A realidade é que este número deve ser ainda menor que os 3,5% calculados pelo fundo. Prova disso é o recente desempenho econômico entregue pelo Governo Dilma, com o PIB devendo crescer apenas 2,4% em 2013, após um pífio incremento de 0,9% em 2012.

Mais acertada foi a avaliação defendida pela OCDE em seu mais recente estudo divulgado na última terça-feira. A organização sugere que o governo federal deveria buscar uma maior clareza orçamentária, evitando, por exemplo, repasses do tesouro para bancos estatais (como no caso do BNDES) e o excesso de estímulos públicos na economia, a fim de viabilizar um aumento do superávit primário. Aliás, superávit este que tem sido gerado basicamente com os esforços da iniciativa privada, que é sobrecarregada com uma enorme carga de impostos, minando o seu potencial de investimento. A geração do superávit primário não deveria ser pautada pelo aumento das receitas, mas sim pelo controle do crescimento desenfreado dos gastos públicos, que em 2013 deverá ser da ordem de 6% em termos reais, muito acima do provável PIB de 2,4%. Esta transferência injustificável de recursos do setor mais eficiente e propenso ao investimento para o Governo só poderia resultar num PIB potencial menor no médio prazo.

Ed.299