Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

O expressivo déficit fiscal do governo federal em setembro, de R$ 9 bilhões, ligou o sinal de alerta dos mercados para a gastança pública. A velocidade do gasto corrente federal já vinha, entretanto, se mostrando muito elevada desde o início de 2013. De janeiro a setembro deste ano, a despesa total se eleva em 13,5% sobre igual período de 2012, enquanto a receita líquida variou 8,1%, implicando num resultado primário (aquele que tenta cobrir a despesa dos juros) com queda de quase 5%.

O mais importante aspecto não tem sido ressaltado pelos analistas: o coeficiente de difusão do aumento da despesa é muito alto. Isso quer dizer que a expansão dos gastos correntes provém de praticamente todos os itens de despesa, à exceção – paradoxalmente – da rubrica de investimento, que só cresceu 2,8% sobre o ano passado. O governo federal gasta exorbitantemente em todos os itens menos naquele em que prometera gastar: investimento.

Ed.305