Por Thiago Custódio Biscuola, da RC Consultores

A inadimplência total do sistema financeiro em novembro, publicada ontem pelo BACEN, manteve a trajetória de queda iniciada desde novembro de 2012 e atingiu o patamar de 3,1%, menor nível desde o inicio da série em março de 2011. Tal indicador é referente às operações de crédito com atrasos superiores a noventa dias, englobando tanto pessoas físicas quanto jurídicas, as quais registraram, respectivamente, 4,5% e 1,9% de inadimplência no mês. O estoque total de crédito voltou a acelerar, registrando crescimento de 14,5% frente a igual mês de 2012. Destaque para os recursos direcionados, que apresentaram expansão de 24,4%. O saldo total de operações alcançou a significativa marca de 55,6% do PIB.

O elevado nível de adimplência se deve, em grande parte, ao ainda relativo dinamismo do mercado de trabalho. No mesmo dia, o IBGE divulgou que a taxa de desocupação nas seis principais regiões metropolitanas declinou para 4,6% em novembro, se equiparando ao menor nível histórico da série iniciada em 2002. O rendimento real médio dos trabalhadores continua avançando a passos largos, crescendo 2,7% em relação a novembro 2012. O mercado de trabalho em 2014 deve apresentar desempenho semelhante ao deste ano, o qual já demonstrou relativa acomodação frente a anos anteriores. Mesmo com a perspectiva de aumento dos juros, tal cenário não provocará grandes sobressaltos na inadimplência do sistema financeiro, mantendo-a em patamar reduzido ao longo de 2014.

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