Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

A produção industrial alemã, com o ajuste de sazonalidade, recuou 4% em agosto com relação ao mês anterior. Foi a maior queda desde a crise financeira, quando caiu 6,9% em janeiro de 2009. Essa queda foi bem maior do que a expectativa de recuo de 1,5% do mercado. Os bens de investimento caíram 8,8% na comparação mensal. A produção da indústria automotiva recuou 25% em relação à julho. A economia alemã está perdendo força devido à franca atividade na zona do euro, principal destino das exportações germânicas, e também por causa do conflito entre a Rússia e o Ocidente, que tem deteriorado a confiança dos investidores. A economia da Alemanha teve um início de ano forte, mas encolheu 0,2% no segundo trimestre. Há evidências de que cresceu pouco no terceiro trimestre e há inclusive economistas que projetam nova contração.

As medidas tomadas pelo BCE ainda não conseguiram reanimar a economia da zona do euro. Mas não é somente a economia europeia que não reage. A Worldstill Association, entidade que reúne 170 produtores, representando mais de 85% da fabricação mundial de aço, reduziu sua projeção de crescimento de demanda de 3,1% para 2% este ano. Para 2015, a perspectiva é de crescimento de 2%. Para efeito de comparação, em 2013 o consumo mundial aumentou 3,8% em relação ao ano anterior. Para a China, que é a maior consumidora global de aço, a expectativa é de crescimento de apenas 0,8% para o próximo ano. Com o enfraquecimento da economia, o quadro do Brasil é mais grave. A entidade estima que o consumo aparente de aço deva cair 4,1% este ano e para 2015 projeta uma leve recuperação. A debilidade dos preços das commodities se generalizou, especialmente em minério de ferro e grãos. O cenário para 2015 não deve ser fácil para o setor externo brasileiro.