Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

Os Preços ao Consumidor na zona do euro cresceram em setembro 0,3% na comparação anual. Esse número é inferior ao mês de agosto, quando ficou em 0,4% na comparação anual. Segundo a agência de estatísticas europeia Eurostat, os preços de alimentos não processados caíram 0,9% na base anual. O preço da energia ficou 2,4% mais barato em comparação com igual período do ano anterior. A meta do Banco Central Europeu é manter a taxa de inflação em 2%, onde considera que há estabilidade de preços.

A desaceleração dos preços nos 18 países que usam o euro em setembro é um sinal de alarme que pode influenciar a reunião desta quinta-feira do BCE. Além da baixa inflação, a quebra da confiança dos empresários, desemprego próximo a níveis recordes e desaceleração da atividade na indústria e serviços formam um cenário de deterioração da economia da zona do euro. Na última reunião do BCE, Mario Draghi cortou os juros para 0,05% e anunciou um programa de compra de ativos que, por enquanto, exclui títulos de dívidas soberanas. Nem com taxas de juros a níveis historicamente baixos, nem empréstimos de liquidez aos bancos em condições preferenciais, nem com programa de compra de ativos financeiros no mercado secundário o BCE consegue reanimar a economia. Embora Draghi reafirme que o BCE mantém a opção de “utilizar instrumentos não convencionais adicionais para enfrentar os perigos de um período prolongado de baixa inflação”, a verdade é que a política monetária, inclusive a não convencional, já não tem instrumentos à disposição. E a margem para aumentar o endividamento público, se não é nula, é agora bastante mais reduzida.