Por Marcel Caparoz, da RC Consultores

Após décadas de estagnação econômica e deflação de preços, as autoridades japonesas resolveram, enfim, adotar medidas arrojadas na luta contra a falta de competitividade e de dinamismo da economia do país. Shinzo Abe, primeiro ministro japonês, adotou, assim como EUA e União Europeia, um programa de afrouxamento monetário expressivo, em conjunto com uma política fiscal mais flexível. Tal estratégia vem gerando uma pressão baixista no Iene, que já acumula desvalorização de mais 15% em 2013, levantando preocupações e questionamentos de diversos países em relação as reais intenções do programa japonês.

A "Abeconomia", como foi apelidado o programa, tem provocado também uma alteração na percepção dos investidores internacionais, com uma sobrepujança dos quesitos técnicos frente aos fundamentos macroeconômicos, uma vez que os mercados de ações e de crédito estão atingindo os seus níveis máximos. De fato, o índice Nikkei subiu nada menos do que 50% desde a indicação do premiê Shinzo Abe ao comando do país, em outubro de 2012. O excesso de liquidez na economia, associado a um maior apetite ao risco por parte dos investidores internacionais, poderá gerar riscos aos países emergentes, com uma elevação do fluxo de capitais para estas economias. A elevação da Selic com certeza está no radar desses investidores

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