Por Thiago Custodio Biscuola / Everton Carneiro, da RC Consultores.

Nos últimos anos, a moeda chinesa, o yuan, passou por um processo lento mas contínuo de valorização. No ano de 2013, o yuan valorizou-se 2,57% frente ao dólar. Em janeiro de 2014 a moeda chinesa atingiu ¥ 6,052/US$. A partir daí, esta tendência inverteu-se e a moeda chinesa voltou a perder valor. Em 2014, a desvalorização já é de 3,30%. Hoje o yuan foi negociado a ¥ 6,2540/US$, o maior valor desde outubro de 2012. Em março desde ano, o Banco Central chinês ampliou a banda de variação da moeda, de 1% para 2%.

A desvalorização recente da moeda chinesa impõe mais um obstáculo aos concorrentes emergentes e a ainda frágil recuperação nos avançados. Quando analisamos a taxa de câmbio efetiva real, que considera as variações de preços nos países, o movimento é ainda mais brusco. Como a inflação na China é inferior à de seus concorrentes e até do próprio EUA, há um significativo ganho de competitividade de seus produtos. As exportações chinesas, que haviam perdido o fôlego neste ano, podem ter um novo impulso. A tendência de redução do desequilíbrio global em transações correntes (ainda amplamente superavitário para China) pode sofrer alguma reversão, intensificando a pressão, principalmente dos norte-americanos, para a valorização da moeda chinesa.

 

Ed.405