A zona do euro começa a ensaiar uma retomada econômica após anos de recessão e crescimento baixo. As perspectivas de crescimento para a economia estão sendo revisadas e já estão próximas de 1,5% para este ano. Os países do bloco estão se beneficiando de pelo menos dois fatores: o fortalecimento do dólar, que vem favorecendo as exportações do bloco, e a queda dos preços do petróleo, que reduz consideravelmente os custos dos países da região - históricos importadores de energia.

A economia espanhola é o maior destaque entre os grandes países do bloco. Após ganhar competitividade frente a outros países da zona do euro (fator derivado em grande parte das reformas em seu mercado de trabalho), o PIB cresceu 1,4% em 2014, primeiro resultado positivo depois de passar praticamente cinco anos em recessão. Para este ano, o governo espanhol prevê que o PIB crescerá 2,4%, enquanto alguns economistas do setor privado já falam em crescimento acima de 3%, duas vezes mais do que o da Alemanha e à frente de todas as outras grandes economias do bloco. Adicionalmente, a economia do país atingiu uma nova dinâmica. Enquanto que na fase inicial de recuperação os setores exportadores foram a mola propulsora da economia, aproveitando a perda de valor da moeda, agora a demanda interna se restaurou, e consumo e investimentos estão em alta. O emprego tradicionalmente continua sendo um dos principais problemas do país, com taxas acima de 20%.

Itália e França, por sua vez, devem crescer menos do que a média prevista. Esses países andaram mais lentamente com as reformas e ainda apresentam dificuldades de fortalecer o seu mercado interno. Há tempos a mais problemática das economias do bloco, a Grécia, continua em uma maré de incertezas e ainda depende das decisões políticas sobre o comprometimento com um programa de ajuste. Reino Unido, que apesar de não pertencer à zona do euro é um importante parceiro comercial do bloco, revisou seu crescimento de 2,4% para 2,5%, enquanto o desemprego caiu para 5,7%, menor taxa desde julho de 2008.

Em suma, o cenário europeu aos poucos reanima sua economia. Com maior atividade econômica, um maior fluxo de bens e serviços poderá ser retomado com o resto do mundo, reanimando também outras economias. É de fato uma verdadeira janela de oportunidade para os emergentes. Resta-nos aproveitá-la.