Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE – divulgou ontem seu índice composto mensal dos principais indicadores da economia (CLIs) em que aponta para o fortalecimento do crescimento econômico no Japão, EUA e Reino Unido. O estudo da OCDE mostra que os membros da zona do euro, incluindo a França e a Itália, continuam mostrando uma mudança positiva. A Alemanha avança em direção a um maior crescimento. Com relação às economias emergentes, o CLIs apontam para manutenção do ritmo de crescimento no Brasil e na Rússia, um crescimento abaixo da tendência na Índia e uma mudança positiva na China.

Apesar do cenário atual mostrar-se mais otimista que no passado, persistem riscos negativos para o crescimento mundial. A reação das economias emergentes (principalmente aquelas com maiores desequilíbrios externos), a redução dos estímulos do Fed e o ainda elevado desemprego nas principais economias mundiais (o que penaliza a demanda interna), são riscos importantes. Por outro lado, os próximos passos no sentido da implantação plena de uma União Bancária poderão contribuir para reduzir os prêmios de risco exigidos às economias da periferia da zona do euro. Se o regresso de Portugal, a exemplo da Irlanda, aos mercados financeiros for bem sucedido, poderá dar impulso à solidez do quadro institucional da União Monetária Europeia. Nos EUA, a rápida recuperação da economia real contrasta com um cenário ainda incerto para a política orçamentária no médio prazo, mesmo tendo alcançado um acordo para um plano de despesa pública nos próximos dois anos. Um risco não desprezível é um aumento indesejável das taxas de juros de curto e longo prazo, em função da redução dos estímulos monetários, o que poderá agravar os custos de financiamento e comprometer as perspectivas de crescimento. Este risco pode estar mitigado pela promessa de taxas de juro perto de zero. Quanto às economias emergentes (caso do Brasil), parecem estar perto do potencial de crescimento, limitado por constrangimentos do lado da oferta. A contribuição destas economias para o crescimento tende a diminuir. Ou seja, ainda existem riscos não triviais negativos sobre as perspectivas de crescimento em 2014.

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