Por Thiago Custodio Biscuola, da RC Consultores

O crescimento da economia chinesa desacelerou no primeiro trimestre de 2014 ao crescer 7,4% em relação a igual período do ano anterior. Esta foi a menor taxa para um trimestre em 18 meses. Os principais motores da segunda maior economia do mundo demonstram sinais de arrefecimento. Estima-se que as exportações chinesas tenham recuado 3,4% nos primeiros três meses deste ano frente ao primeiro trimestre de 2013. O mercado imobiliário, sob as incertezas quanto a uma bolha de preços, também recuou.

O processo de transição por qual passa a economia chinesa deverá impor novas variantes de volatilidade à economia global. Para os chineses, o grande desafio será a necessidade de melhorar a qualidade do crescimento, diminuindo a dependência em relação aos investimentos e exportações. Para isso, será necessário fazer com que este crescimento seja mais inclusivo, impulsionando a demanda interna. Apesar de medidas pontuais de estímulo como a ampliação dos investimentos em ferrovias, redução dos depósitos compulsórios e desoneração de alguns setores, a economia chinesa tende a crescer menos que a meta oficial de 7,5%. Fato que não ocorre desde em 1998, em meio à crise Russa e Asiática. Para o Brasil, grande exportador de commodities, este esfriamento deverá ter contornos ainda mais graves. Dados preliminares de março mostram que 19,3% de nossas vendas externas este ano tiveram como destino a China, o que acende ainda mais o alerta quanto ao resultado de nossa balança comercial.

Ed.399