Por Thiago Custódio Biscuola, da RC Consultores

O Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2014, que representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país, registrou alta de 0,2% na comparação com o quarto trimestre de 2013 (série com ajuste sazonal). O setor agropecuário novamente teve grande contribuição ao crescer 3,6% no período, resultado superior às expectativas. O setor de serviços, por seu turno, contribuiu com um avanço de apenas 0,4%. Por outro lado, a indústria declinou 0,8% frente ao último trimestre do ano passado. Este resultado já incorporou a reformulação metodológica da pesquisa industrial responsável por elevar o crescimento do PIB em 2013 de 2,3% para 2,5%. A base de comparação mais elevada contribuiu para esta queda mais significativa do índice. Em relação a igual período de 2013, o PIB do primeiro trimestre de 2013 cresceu modesto 1,9%.

Do lado da demanda, o consumo do governo sustentou o crescimento ao avançar 0,7%. Já as famílias consumiram menos, registrando queda de 0,1%. Inflação persistentemente alta, menor avanço do crédito e aumento dos juros na ponta já começam a ter um impacto mais efetivo na capacidade de compra do consumidor. A queda da confiança do empresariado e as incertezas que rondam a economia em ano eleitoral, que continuarão a inibir os investimentos em 2014, contribuíram para que a formação bruta de capital fixo tivesse retração de 2,1% em relação ao trimestre anterior. Do lado do setor externo, as importações continuam avançando num ritmo maior que as exportações. O crescimento do PIB acumulado nos últimos quatro trimestres se manteve em 2,5%. No entanto, este número deverá declinar ao longo do ano. Após este resultado, que veio em linha com nossas projeções, a RC Consultores mantém a perspectiva de 1,9% de crescimento para 2014, o que poderá implicar em crescimento médio inferior a 2% a.a. no quadriênio 2011-14.