Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

O ouro, um dos metais mais especulados durante os anos da crise financeira mundial, segue agora num percurso inverso. O metal atingiu sua máxima em setembro de 2011, cotado a US$ 1.920 por onça. Desde então, teve quedas até se estabilizar nos US$ 1.290, recuando mais de 30%. Os compradores do metal esperavam ver os efeitos do aumento dramático da liquidez, criada pelo FED, se perpetuar em altas sucessivas de preços de commodities.

Variadas commodities minerais e agrícolas duplicaram e triplicaram seus preços. Essa alta sem precedentes nos preços das commodities, que durou mais de uma década, parece estar perdendo força. O ouro está há algum tempo abaixo do nível psicológico de US$ 1.300 por onça-troy e 7% abaixo das máximas do ano. A desaceleração do PIB chinês é apontada como motivo principal do recuo dos preços das commodities. Minério de ferro, soja e milho tiveram recuo importante nos preços. Para o Brasil, significa uma queda surpreendente nas receitas das commodities, que já se faz sentir na balança comercial. A economia chinesa deve crescer em patamares inferiores ao passado. O FED segue reduzindo as compras de títulos, principal razão da substancial elevação dos preços das commodities. O cenário indica a continuidade no recuo dos preços.