Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

Enrique Peña Nieto faz sua primeira viagem como presidente eleito do México e escolheu o Brasil como ponto de partida. Amanhã visitará a Fiesp e estará com Dilma no dia 20. A importância do México como força econômica e peso na balança política regional vem aumentando após a crise financeira de 2008. A economia mexicana mergulhou em 2009, mas se recuperou com vigor em 2010 e vem crescendo mais do que o Brasil desde então. Parte dessa força não vem de exportação de commodities agrícolas, como o Brasil, mas por manter um nível de custo do trabalho mais competitivo do que o brasileiro. Em consequência, o México está superando sua condição de mera “maquiladora” de produtos para o mercado americano. A atividade industrial do país em julho cresceu 4,9% na comparação com o mês de 2011. O setor da construção apresentou expansão de 6,8% no mesmo período.

O presidente Peña Nieto acena com aproximação na área de petróleo e gás onde o Brasil tem tecnologias para trocar com o México. O Brasil também já avançou mais que o México no campo da desestatização; o México ainda tem a energia elétrica e o petróleo exclusivamente nas mãos do Estado. Em compensação, o México está mais avançado em duas áreas críticas: simplicidade tributária (no Brasil, é um manicômio) e encargos sociais menos onerosos. O Banco Central mexicano também tem feito um trabalho digno de nota, ajustando controle de inflação (4,5%) com uma previsão de crescimento na meta de 6% até 2015. A razão investimento/PIB, de 23%, supera de longe a do Brasil.

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