Por Marcel Caparoz, da RC Consultores

A produção industrial registrou em junho de 2014 forte queda de 6,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior na série sem ajuste sazonal. Desconsiderando o período da crise mundial nos anos de 2008 e 2009, este é o pior resultado desde o início da série em 2002. Quando comparada ao mês de maio de 2014, a redução foi de 1,4%, acumulando no primeiro semestre de 2014 retração de 2,6% da produção.

O cenário de deterioração da competitividade da indústria brasileira fica cada vez mais dramático. Já são quatro meses de quedas consecutivas da produção. Dos 24 setores analisados, apenas quatro tiveram resultado positivo em relação a junho de 2013, com destaque para produtos alimentícios, bebidas e petróleo e derivados. Por outro lado, setores de grande importância econômica apresentaram quedas acentuadas. Automóveis (-36,3%), equipamentos de informática (-25,0%), aparelhos e materiais elétricos (-18,4%) e vestuário (-12,3%) foram os principais resultados negativos. A fragilidade da indústria é generalizada, e sua recuperação não será alcançada com medidas pontuais. Esta deveria ser uma meta central nos programas de governo dos atuais candidatos à Presidência.