Por Thiago Custódio Biscuola, da RC Consultores

A agência de classificação de risco Moody´s anunciou hoje a elevação da nota do México de “Baa1” para “A3”, mantendo-se como grau de investimento e ascendendo do patamar de grau médio para médio-alto segundo a escala da agência. A agenda reformista adotada por Peña Nieto, presidente mexicano que encerrou em 2013 seu primeiro mandato, conseguiu que fossem aprovadas as reformas educativa, das telecomunicações e fiscal. Segundo a Moody´s, as reformas estruturais motivaram a elevação do rating soberano do país, uma vez que fortalecem a perspectiva de crescimento mais robusto e de uma melhora gradual dos fundamentos fiscais.

Em contrapartida, o Brasil continua caminhando na contramão de seus parceiros latinos como Chile e México. As despesas extraordinárias que em 2013 oneraram significativamente o orçamento não devem dar o esperado alívio neste ano. A ausência de chuvas e aumento do consumo de energia impulsionam o preço do megawatt/hora. A postergação da bandeira tarifária para 2015 fará com que novamente o Tesouro tenha que cobrir este custo, que em 2013 somou cerca R$ 7,9 bi. A desoneração da folha de pagamentos fez com que o Tesouro compensasse as perdas de receita da previdência com R$ 9 bi ano passado, o que deve aumentar ainda mais conforme as empresas vão adotando o novo sistema. Outros programas de caráter extraordinário, como o combate aos efeitos da seca no Nordeste, devem continuar pressionando o quadro fiscal. A ausência de uma agenda de reformas estruturais efetiva e a deterioração da credibilidade do Brasil frente aos investidores e agências de rating fortalece a ameaça do País ver sua nota de crédito rebaixada.

Ed.359