Por Marcel Caparoz, da RC Consultores

 

O Governo fará nesta semana um leilão de energia com o objetivo de reduzir o custo de compra pelas distribuidoras no mercado livre. Atualmente o preço neste mercado encontra-se no seu teto máximo de R$ 822,23 MW/h, resultado da elevação da participação da energia térmica, que é mais cara, na matriz energética brasileira. O custo da energia estipulado pelo Governo para o leilão está entre R$ 262 e R$ 271, com prazo de 5 anos de contrato.

O sucesso completo do leilão é de extrema importância para a questão fiscal do Governo, mas nem ele acredita nesta possibilidade. Atualmente as distribuidoras compram 3,5 mil MW no mercado livre, e devem continuar comprando grande parte desta energia mesmo após o leilão. Desta forma, estima-se que seja necessário uma injeção de caixa nas distribuidoras entre R$ 5 bilhões e R$ 9 bilhões por parte do Tesouro em 2014. E este valor é independente dos R$ 13 bi já previstos para cobrir o aumento dos gastos do setor no ano. A situação fiscal fica cada vez mais complicada, e a meta do superávit cada vez mais distante. Segundo o próprio Tesouro, em fevereiro de 2014 as receitas totais do Governo Central cresceram no acumulado em 12 meses o equivalente a 11,5% a.a., enquanto as despesas se elevaram em 14% a.a. Já o resultado primário ficou em apenas 1,4% do PIB, muito distante da meta de 1,9% no ano.

Ed.404