Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores 

A bolsa americana iniciou 2012 com vigorosa recuperação, mas está terminando este ano bem desanimada. O abismo fiscal é sempre lembrado para explicar a desconfiança atual dos aplicadores. Mas outros sinais antecedentes, como o índice de sentimento dos consumidores, da Universidade de Michigan, trazem o lado das expectativas do grande público para o centro da explicação. O índice estimado para dezembro aponta um recuo significativo, caindo da faixa de 85 para 74,5 - nível médio que predominou durante todo o fraco ano corrente. A Universidade ainda confirmará essa estimativa de queda no ânimo de compras do americano para dezembro.

Na direção aparentemente contrária, o nível de desemprego nos EUA caiu de 7,9% para 7,7% no último mês. As bolsas não comemoraram. Há uma percepção crescente de que o recuo do desemprego se dá mais pela queda constante da taxa de participação da população americana no mercado de trabalho (ou seja, mais pessoas fora da atividade laboral formal, por desalento ou simples desistência) do que por criação de novos postos de trabalho. A propósito, o Departamento de Trabalho reviu sua estimativa da criação de empregos nos dois meses pré-eleitorais, cortando nada menos que 49.000 postos em relação ao anúncio anterior à eleição de Obama. Bem curioso.

Ed.86