Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

O superávit primário do setor público em janeiro foi de R$ 30,3 bilhões, o maior da série iniciada em 2001.  Este resultado é consequência de mais uma arrecadação recorde e ao atraso na aprovação do Orçamento. No entanto, no âmbito dos estados e municípios, o resultado fiscal foi o pior dos últimos cinco anos para meses de janeiro. Em 12 meses, o superávit fiscal primário consolidado atingiu o equivalente a 2,46% do PIB.

Embora o resultado tenha sido excelente para janeiro, não deve ser essa a tendência para o ano. O atraso na aprovação do Orçamento ajudou o governo federal a segurar gastos que serão realizados nos próximos meses. Os sinais de recuperação na economia e a política das desonerações tributárias não indicam resultados fiscais muito mais favoráveis. Estados e municípios continuam com gastos expressivos com juros, queda na arrecadação e elevação das despesas correntes. Tudo somado, obter um superávit de 3,1% do PIB para este ano não vai ser tarefa nada fácil.

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