Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

A locomotiva do PIB nos últimos dois anos tem sido o consumidor. O índice de avanço do varejo, em volume real de vendas, segundo o IBGE, ficou na faixa média de 9%, com uma variação entre 7 e 11% positivos em 2011-12. Trata-se de um resultado impressionante quando se compara com o desempenho sofrível da atividade produtiva industrial. Mas não mais.  Em 12 meses acumulados e encerrados em abril de 2013, o índice fechará abaixo de 7% seguindo uma trajetória descendente, em termos de ritmo, na direção de 5% ao fim deste ano. Neste março, o resultado já foi de apenas 4,4%. Ainda assim, a variação do varejo em 2013 será melhor do que a dos demais setores da economia. Aos poucos, porém, deixa de puxar o índice do PIB na mesma intensidade dos dois anos anteriores.

O comportamento menos eufórico do varejo este ano coincide com o crédito pessoal ainda em franca expansão nos bancos oficiais e a inadimplência sob controle. O avanço do crédito encontra, no entanto, um consumidor menos disposto a ampliar seu endividamento. O ciclo de avanço do crédito parece ter encontrado uma clara linha de resistência. O aumento dos juros pelo Banco Central também conspira contra a repetição do desempenho dos anos anteriores.

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