Levantamento da Boa Vista SCPC em parceria com o programa Finanças Práticas mostra que o consumidor aceita a redução como forma de cortar os gastos 

Os consumidores da classe C estão dispostos a reduzir o consumo de água e energia elétrica em suas casas, como forma de cortar gastos. A constatação é de pesquisa da Boa Vista SCPC em parceria com o programa Finanças Práticas, da Visa do Brasil, que mostrou: 84% dessas pessoas diminuiriam esse consumo em favor de uma melhor situação das contas domésticas no final do mês. O levantamento eletrônico foi realizado com mil consumidores em todo o Brasil para mapear a classe C em seus hábitos de consumo e controle das finanças.

Essa disposição dos consumidores representa uma sinalização positiva em relação à necessidade de o país reduzir o consumo tendo em vista a crise hídrica. Como os preços de energia elétrica e da água já estão em alta (e deverão subir ainda mais), a classe C, que tem o maior contingente de consumidores, está propensa a colaborar com a redução, ainda que seja apenas por razões econômicas.

Na segmentação por regiões, 87% dos consumidores da classe C na região Norte se disseram propensos a reduzir consumo de água e energia elétrica para “fechar” o mês com as finanças em dia, porcentagem muito próxima dos 86% do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A proporção é menor (75%) na região Sul.

A disposição para cortar o consumo de água e energia elétrica é praticamente idêntica entre homens (85%) e mulheres (82%).

Visitas ao supermercado

Quando se trata de alimentação, o controle de gastos da classe C é mais difícil, segundo a pesquisa da Boa Vista SCPC com o programa Finanças Práticas. Perguntados sobre a frequência com que vão ao supermercado, 58% dos entrevistados disseram que fazem compras esporádicas nesses estabelecimentos durante a semana, enquanto 42% realizam uma compra por mês.

Na divisão por gênero, o sexo masculino se mostrou mais propenso a fazer visitas eventuais ao supermercado. Segundo a pesquisa, 61% dos homens declararam ter essa atitude, em comparação a 51% das mulheres.

As constantes visitas ao supermercado estão em linha com outra constatação da pesquisa: a alimentação é o item com que a classe C mais gasta na semana, com 62% das menções.

Apesar dessas despesas, a classe C garante que, de uma maneira geral, consegue controlar suas despesas. A pesquisa revelou que 66% desses consumidores dizem ter o controle de quanto gastam e, mais ainda, que em 85% dos casos esses gastos somam menos da metade dos rendimentos mensais.

A fatia dos consumidores que controlam seus gastos foi maior na região Norte, onde 82% da classe garantiram que tomam essa iniciativa, seguida pelo Nordeste (72%), Sudeste (66%), Sul (64%) e Centro-Oeste (57%).

O controle dos gastos é maior entre os homens, com 68%, do que com as mulheres (62%). No entanto, a fatia das mulheres (88%) é maior entre os consumidores da classe C que gastam na semana menos da metade do total de rendimentos no final do mês. Nesse item a porcentagem de homens foi de 84%.

Nota metodológica

Os dados da pesquisa “Hábitos do Consumidor da Classe C” foram obtidos por meio de um levantamento eletrônico realizado pela Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), em parceria com o programa Finanças Práticas, de 1º a 27 de outubro de 2014, com 1.000 consumidores da classe C, usuários do site Consumidor Positivo www.consumidorpositivo.com.br. Para leitura geral dos resultados, deve-se considerar 95% de grau de confiança e margem de erro de 3%, para mais ou para menos.

Para determinação da classe social, foi utilizado o Critério FGV 2012, que considera consumidores com rendimento familiar mensal entre R$ 2.030,00 a R$ 8.700,00 como pertencentes à Classe Média ou Classe C.