O indicador de recuperação de crédito – obtido a partir da quantidade de exclusões dos registros de inadimplentes da base da Boa Vista – registrou queda de 3,1% em junho contra maio, já descontados os efeitos sazonais. Na comparação com junho de 2018, houve diminuição de 6,6%, de forma que, no ano o indicador acumula queda de 7%.

Em termos regionais, o acumulado do ano apresenta alta apenas na região Norte (0,6%). Em sentido oposto, na região Sul foi registrada a maior redução (-14,8%), seguida do Sudeste (-6,7%), Centro-Oeste (-5,2%) e Nordeste (-3,5%). Na comparação mensal, contudo, a região Sul foi a única a apresentar alta (2,3%).

Se, por um lado, o indicador de inadimplência vem apresentando queda em 12 meses, sugerindo que boa parte dos consumidores ainda está conseguindo manter em dia o pagamento de novas dívidas, por outro lado, o indicador de recuperação também segue em queda nesta base de comparação (2,4% em junho), sinalizando dificuldade dos consumidores com dívidas em atraso de reequilibrarem a sua situação financeira e saírem do cadastro de inadimplentes (SCPC). Entre os principais fatores por trás desta dificuldade, é possível apontar os elevados níveis de desocupação e subutilização da mão de obra e o fraco crescimento da renda.

Ainda não há indícios de melhora na recuperação de crédito. Após a alta de maio, o indicador voltou a recuar em junho e a queda no acumulado em 12 meses segue em trajetória de aceleração.

Metodologia

O indicador de recuperação de crédito é elaborado a partir da quantidade de exclusões dos registros de dívidas vencidas e não pagas informados anteriormente à Boa Vista pelas empresas credoras. As séries têm como ano base a média de 2011 = 100 e passam por ajuste sazonal para avaliação da variação mensal. Em janeiro de 2014 houve atualização dos fatores sazonais e reelaboração das séries dessazonalizadas, utilizando o filtro sazonal X-12 ARIMA, disponibilizado pelo US Census Bureau.