Segundo o IBGE, o PIB (Produto Interno Bruto) aumentou 1,0% no primeiro trimestre do ano frente ao último trimestre de 2016 na análise com ajuste sazonal. Este é o primeiro resultado positivo na margem após 8 trimestres consecutivos de retração na atividade econômica. Já na análise dos dados sazonais, considerando a variação acumulada em 4 trimestres, a tendência continuou acelerando, passando de -3,6% registrados no último trimestre, contra atuais -2,3%, consolidando um valor de R$ 6,3 trilhões. Já na variação interanual, a diminuição foi mais moderada, de -0,4% frente -2,5% registrados anteriormente, mantida a base de comparação.

Considerando os dados com ajuste sazonal, pela demanda o destaque foi o aumento tanto das exportações, quanto das importações, que apresentaram altas de 4,8% e 1,8%, respectivamente. Já o consumo das famílias principal componente por esta ótica (com representatividade perante ao PIB de 62,3%) apresentou praticamente estabilidade, variando -0,1%. Consumo do Governo, por sua vez caiu 0,6%, enquanto Formação Bruta de Capital Fixo obteve nova queda, de 1,6%. Mantida a base de comparação, avaliando o lado da oferta, com exceção do setor de Serviços, que apresentou estabilidade, houve alta na Agropecuária e na Indústria, de 13,4% e 0,9%, respectivamente.

Em linhas gerais, a melhoria dos indicadores foi ocasionada não só pelo efeito base de comparação, dado que os dados iniciais de 2016 ainda apresentaram grandes deteriorações, mas também pela melhoria marginal de alguns indicadores de atividade econômica.

Mais especificamente, pelo lado da demanda, as tendências observadas nas variações acumuladas em 12 meses apontam um aumento gradativo do consumo das famílias influenciado sobretudo pela melhoria marginal dos indicadores de mercado do trabalho (rendimentos reais principalmente), que lentamente começam a reverter o drástico ajuste iniciado em 2015. Além disso, o cenário internacional favorável contribuiu para melhoria gradual exportações líquidas. Já pelo lado da oferta, a melhoria em serviços seguiu enfraquecida, enquanto o setor industrial manteve o ritmo acelerado de retomada produtiva. Contudo, destaca-se neste trimestre a forte expansão da Agropecuária, derivada do bom resultado de algumas culturas como soja e milho, que apresentaram elevações superiores a 20% quando comparados ao ano passado.

Por fim, tais fatos que deverão continuar gradativamente melhorando, uma vez que as perspectivas futuras já se ancoram em dados mais positivos projetados pelo mercado, como juros e inflação, além dos próprios indicadores de atividade econômica, que projetam um cenário mais benigno quando comparado a 2016.

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