De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal, realizada pelo IBGE, o setor caiu 0,6% na comparação mensal dos dados dessazonalizados entre os meses de setembro e outubro. No mesmo sentido, na comparação interanual foi observada queda de 7,8%, após já ter recuado 4,1% em setembro, mantida a base de comparação. Com a queda de outubro, a Indústria atinge sua quinta queda mensal consecutiva e fica 4,1% abaixo do nível pré-pandemia.

No ano, o setor segue desacelerando, passando de alta de 7,5% para uma de 5,7%. Já na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, o crescimento passou de 6,4% para 5,7%. O resultado de outubro veio abaixo da mediana das expectativas de mercado, que previam crescimento de 0,8% livre dos efeitos sazonais.

Dentre as categorias do setor, destaque para a variação de -8,6% em outubro na atividade “Extrativa Mineral” e de -1,9% em “Bens Duráveis”, que também apontou retração na comparação interanual (-27,9%).

Além de uma desaceleração, a Indústria segue contando com diversos obstáculos pelo caminho, dos quais estão impactando a confiança do setor.  Em novembro, o Índice de Confiança da Indústria caiu 2,9% após já ter recuado 1,1% em outubro, com destaque para a queda de 1,6% no Índice de Expectativas.

Entre os obstáculos, destaque para a escassez de insumos no mercado, sobretudo, de semicondutores, que deve se estender pelo menos até o começo do ano que vem. Somado a isso, o setor ainda enfrenta os riscos relacionados ao racionamento de energia e aumento nos custos de produção derivados do aumento da inflação nos últimos meses, o que atrapalham uma retomada consistente da atividade industrial.