Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

A Forbes apresentou, pelo oitavo ano consecutivo, o ranking de melhores países para negócios. Lidera a lista a Irlanda, seguida da Nova Zelândia, Hong Kong, Dinamarca e Suécia. O Brasil ficou em 80º lugar, em um universo de 145 países analisados. O ranking foi organizado com base em 11 indicadores públicos elaborados por organismos como Banco Mundial, Transparência Internacional, Fundação Heritage e Freedom House. Os indicadores utilizados são a inovação, a tecnologia, a corrupção, os direitos da propriedade, proteção dos investidores, a liberdade pessoal, de comércio, política monetária, desempenho da bolsa, burocracia e impostos. Singapura ficou em 7º lugar, Canadá e Austrália em 8º e 11º lugares, respectivamente. EUA em 18º e Alemanha 24º.

A surpresa é a Irlanda liderando a lista. Há três anos, os governos europeus e o FMI enviaram para a Irlanda 85 bilhões de euros para equilibrar seu orçamento, evitando a falência das contas públicas e salvando o sistema bancário. No início do mês, o país anunciou o fim do programa de assistência financeira, voltando a acessar os mercados. Apesar disso, durante todo o período a Irlanda manteve um ambiente pró-empresarial que atrai investimentos das maiores empresas mundiais. E qual a grande vantagem para continuar a atrair investimentos? Os impostos. A alíquota do IR sobre as empresas na Irlanda é de no máximo 12,5%. Enquanto isso, no Brasil, que ficou em 80º, atrás de países como Colômbia, México, Turquia, Peru, Uruguai, África do Sul e Coréia, os tributos continuam crescendo acima do PIB. O aumento constante da carga tributária inibi os investimentos na medida em que compromete o Ebitda das empresas. A burocracia, a tributação excessiva e a complexa estrutura de impostos evidenciam a desvantagem competitiva do Brasil. Sem uma política consistente de desoneração e simplificação fiscal, será impossível ao Brasil se impor como um player importante na economia global.

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