Para diretor da Boa Vista Serviços, a expansão do crédito exige atuação de consumidores e empresas para fortalecer essa importante alavanca do crescimento

A grande expansão recente do crédito no país, que hoje supera os R$ 2,4 trilhões, e elevou a relação com o PIB de 24%, em 2004, para os atuais 54%, exige que a sociedade brasileira promova uma frente em favor do crédito sustentável, principalmente pela ótica do consumidor. A afirmação é de Fernando Cosenza, diretor de Sustentabilidade da Boa Vista Serviços, administradora do SCPC, para quem essas iniciativas devem incluir o desenvolvimento de programas de educação financeira, promoção de palestras e disseminação do conhecimento sobre a prática do bom uso do crédito.

“As empresas também têm papel importante nesse processo”, lembra Fernando Cosenza. “Seja qual for seu porte ou ramo de atuação, devem investir na qualidade de seu processo de decisão, por meio do uso de instrumentos para auxiliá-las no momento da concessão de crédito”.

Cosenza afirma que sustentabilidade, na maioria das vezes associada ao meio ambiente, na verdade significa perenidade, e nesse sentido deve ser entendida também quando se trata de crédito: “O bom crédito é sustentável, perene, virtuoso. Crédito e sustentabilidade estão diretamente relacionados: se não é sustentável, o crédito tem ‘perna curta’ encarece e acaba; e se não há crédito, a economia não realiza seu potencial”.

Na avaliação do diretor da Boa Vista, no “ecossistema de crédito sustentável” interesses de consumidores e empresas convergem “em busca do melhor equilíbrio entre as diversas faces dessa complexa equação, tão importante para a garantia do crescimento econômico”. Ele ressalta que, nesse quadro, cada uma das partes tem uma missão específica: “As empresas devem intensificar e aprimorar o uso de ferramentas de análise para decisão, participando da incorporação de dados na cadeia de crédito e colaborando para o processo de educação financeira do consumidor. Este, por sua vez, deve ser o protagonista da sua história financeira, assumindo a responsabilidade pelo uso do crédito e, assim, usá-lo bem e sempre”.