O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)[1] variou -0,04% no mês de setembro. No acumulado em 12 meses houve avanço de 2,89%, 0,5 p.p. abaixo da variação observada em agosto.  Com esse resultado, o indicador acumulou alta de 2,49% no ano.

Os grupos Alimentação e Bebidas (-0,11 p.p.) e Artigos de Residência (-0,03 p.p.) foram os únicos a apresentarem impactos negativos sobre o índice geral no mês. Resultado das variações de -0,43% em Alimentação e Bebidas e de -0,76% em Artigos de Residência.

Por outro lado, o grupo Saúde e Cuidados Pessoais apontou a maior variação do mês ao avançar 0,58% com impacto de 0,07 p.p. sobre o índice geral. O desempenho foi puxado, em especial, pelo aumento de 1,65% no preço dos itens de higiene pessoal no período.

Após registrar a maior variação de agosto, o grupo Habitação apresentou avanço de 0,02% em setembro, tendo impacto neutro (0,0 p.p.) sobre o índice geral. Tal resultado foi influenciado pela estabilidade no item energia elétrica (0,0%) com a manutenção da bandeira tarifária vermelha patamar 1 e pelo reajuste tarifário em alguns estados.

Setembro registrou a única variação negativa do ano e o menor resultado para o mês desde 1998, contribuindo para desacelerar o indicador na análise em 12 meses e posiciona-lo ainda mais próximo ao limite inferior da meta. Com isto, a perspectiva é de que a inflação fique um pouco abaixo do centro da meta em 2019, encerrando o ano em torno de 3,4%.

A desaceleração da inflação, somada às expectativas sob controle e ao ritmo lento de crescimento da atividade, tende a colaborar para a continuidade da redução da taxa básica de juros, que já passou de 6,0% para 5,5% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e deve chegar a 4,75% até o final de 2019 de acordo com a mediana das expectativas do mercado reportada pelo Banco Central.

[1] O IPCA considera famílias com rendimentos de 01 a 40 salários mínimos e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília.