De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE, a taxa de desemprego avançou para 14,4% no trimestre móvel encerrado em fevereiro. Em relação ao resultado anterior houve alta de 0,2 p.p., já quando comparado ao mesmo período do ano anterior (11,6%) o número é 2,8 p.p. maior.

Em termos absolutos, a população desocupada totalizou 14,4 milhões (+1,1%) e apontou o maior nível desde o início da série histórica em 2012. Na comparação interanual, a população desocupada foi 16,9% maior do que em fevereiro de 2020.

Por outro lado, a população ocupada (PO), recuou em 0,1% no mês e registrou queda de 7,8 milhões de pessoas (-8,3%) em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os destaques negativos ocorreram nos segmentos de “Empregado no setor privado com carteira”, “Trabalhador familiar auxiliar” e “Empregado no setor público” que recuaram 0,3%, 2,5% e 0,7% em fevereiro, respectivamente. A única alta ocorreu no segmento de “Conta-própria” com crescimento de 0,6% nesta mesma base de comparação.

Na comparação interanual a queda é ainda mais intensa, tendo destaque os segmentos de “Empregado no setor privado com carteira” (-11,7%), “Empregado no setor privado sem carteira” (-15,9%) e “Trabalhador doméstico” (-21,0%).

Nos grupamentos por atividades, a PO recuou em sete dos dez grupos analisados, os destaques ficaram para os grupos de “Comércio” (-0,6%), “Construção” (-1,2%) e “Serv. Domésticos” (-0,6%). Em relação ao mesmo período do ano passado, os destaques ficaram para as atividades “Comércio”, “Alimentação” e “Serv. Domésticos” que recuaram 11,1%, 27,4% e 20,6%, respectivamente.

A População Economicamente Ativa (PEA) se manteve estável no nível de 100,3 milhões de pessoas na base mensal e apontou retração de 5,4% em relação ao mesmo período de 2020.

No acumulado em 12 meses, o rendimento médio habitual ficou em 4,6%.

Após uma melhora na taxa de desemprego nos meses de novembro e dezembro de 2020, a população desocupada permaneceu em alta em fevereiro. O resultado acumulado ainda é bastante prejudicial à economia, marcado por um ano de recordes negativos e fragilização do nível de emprego.

As perspectivas para o mercado de trabalho são cada vez mais pessimistas, as medidas restritivas em função da piora da crise do coronavírus, que recentemente teve o destaque pandêmico global concentrado no Brasil (por conta do forte aumento de casos e principalmente de mortes diárias), afetam fortemente o mercado de trabalho, não só no sentido de não haver incentivos de melhora do mercado de trabalho, mas principalmente no da piora com o fechamento temporário de diversos comércios e empresas.

O lento programa de imunização e o limitado retorno do auxílio emergencial são elementos fundamentais para a economia, para os próximos meses é esperado uma piora no desemprego e a principal aposta para destravar a economia é a vacinação de forma eficiente e organizada contra o coronavírus, a depender de uma estratégia bem estruturada de aquisição e aplicação das vacinas em toda a população.