De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada hoje pelo IBGE, o volume de vendas no Varejo restrito ficou praticamente estável (+0,1%) na comparação mensal com ajuste sazonal. No acumulado em 12 meses, o indicador cresceu 1,1%. Na comparação interanual a variação foi de -0,3% e no acumulado do ano houve crescimento de 0,6%.

Avaliando os segmentos na variação mensal (com ajuste sazonal), apenas três das oito atividades pesquisadas registraram alta em junho. Entre os setores que avançaram estão Tecidos, vestuário e calçados (1,5%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,3%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,1%). O segmento Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou estabilidade, enquanto registraram queda Materiais para escritório, informática e comunicação (-2,4%), Combustíveis e lubrificantes (-1,4%), Material de construção (-1,2%), Móveis e eletrodomésticos (-1%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-0,8%).

O Comércio Varejista Ampliado passou de 3,9% em maio para 3,7% em junho na variação em 12 meses. Na comparação mensal (dados dessazonalizados), o indicador apresentou estabilidade.

Além do fraco crescimento da renda e do elevado nível de desocupação e subutilização da mão de obra, o endividamento em alta tem se mostrado outro grande obstáculo para uma retomada acelerada e generalizada do crédito e do consumo. Se, por um lado, as concessões de crédito têm conseguido sustentar as vendas de veículo, por outro, o maior endividamento acaba comprometendo a aquisição de eletrodomésticos, por exemplo, que recuou 8,6% em relação a junho de 2018 e 2,7% em 12 meses. Se o setor de vestuário apresentou crescimento pelo segundo mês consecutivo, impulsionado pelas baixas temperaturas, as vendas dos supermercados, por outro lado, continuam em desaceleração, refletindo o fraco crescimento da renda e a consequente capacidade limitada de endividamento das famílias.

A liberação dos recursos de contas ativas e inativas do FGTS anunciada recentemente pelo governo, assim, mostra-se uma medida providencial para o setor, já que pode representar um alívio para os consumidores e dar fôlego, com isto, para as vendas do varejo. A expectativa é que a medida comece a ter impactos significativos no comércio a partir de setembro.