“Você sabe que o ano realmente começou, quando chegam os boletos do IPVA e do IPTU”. Essa é uma das frases mais famosas citadas pela jornalista dona do maior canal online de finanças do mundo, Nathália Arcuri. E ela está certíssima.

Após os gastos elevados com as festas de final de ano, eis que vem o mês de janeiro com as nada surpreendentes tributações necessárias, porém indigestas. Eles nunca falham.

Entra ano, sai ano, ambos os impostos seguem presentes nas nossas vidas, pesando nos bolsos de todos os brasileiros. Além disso, sempre geram dúvidas sobre a melhor forma de quitá-los: à vista ou em parcelas?

Pensando nisso, preparamos esse conteúdo para ajudar você a escolher a opção que se encaixa melhor na sua situação financeira. Confira!

IPVA e IPTU: o que essas siglas significam?

A sigla IPVA quer dizer Propriedade de Veículos Automotores. Trata-se de um imposto estadual cobrado anualmente, cuja alíquota varia de estado para estado (de 1% a 6%) conforme o valor do veículo (estabelecido pela Tabela FIPE).

Assim, todas as pessoas que possuem algum veículo, independentemente de qual seja seu fabricante ou valor de mercado, precisam pagar o IPVA. Mas o que acontece com essa arrecadação?

Bem, metade dela é designada para o município onde o veículo foi licenciado. Já a outra parte é destinada aos cofres públicos para ser aplicada em diversas áreas da sociedade, tais como saúde e educação.

Quando falamos em IPTU, estamos nos referindo ao Imposto Predial e Territorial Urbano. Esse tributo é cobrado dos proprietários de casas, prédios ou estabelecimentos comerciais localizados nas cidades.

Como o IPTU recai sobre a propriedade, é importante destacar que o contribuinte deverá pagar pelo número de imóveis registrados em seu nome. Ou seja, se você tiver mais de um, receberá cobranças separadas. Contudo, atenção!

Quando a propriedade é urbana, mas ainda não há nada construído sobre ela, como aqueles casos em que a pessoa tem o terreno vazio, o tributo a ser pago é o Imposto Territorial Urbano (ITU).

Quanto aos imóveis que não estão no perímetro urbano, também há cobranças: aplica-se, nesta situação, o Imposto Territorial Rural (ITR). Frisamos que esse cálculo e alíquota diferem do IPTU.

IPVA e IPTU: é melhor pagá-los à vista ou parcelar?

Na maioria das vezes em que pagamos as contas à vista, o desconto costuma ser maior. Com o IPVA e com o IPTU não poderia ser diferente.

É o caso da cidade de São Paulo (SP), por exemplo. O contribuinte poderá optar pela dedução de 3% no IPTU se pagá-lo de uma só vez, ou dividi-lo em até 10 parcelas. Em Porto Alegre (RS), o tributo também pode ser fracionado. Porém, quem quitou até o dia 4 de janeiro deste ano teve um desconto de 8%.

O mesmo ocorre com o IPVA, para o qual o desconto ofertado varia de acordo com cada Estado. Todavia, a maioria costuma fixar esse valor em 3%.

Vale ressaltar que cada localidade tem suas próprias regras, sendo sua obrigação como cidadão “correr atrás” das informações. Santa Catarina é um caso de localidade que não oferece descontos no IPVA. No entanto, seu imposto é conhecido por ser um dos mais baixos do País.

Como tomar a decisão?

Para decidir como você irá pagar o IPVA e o IPTU, primeiramente verifique quais são os valores de ambos no lugar onde você mora. Em seguida, analise a sua condição financeira a curto e a longo prazos. Com organização, você terá a clareza necessária para reconhecer onde o “sapato aperta”.

Independentemente de escolher pagá-los à vista ou parcelados, é importante que a decisão não prejudique seu orçamento e que seja considerada com prudência. Portanto, não caia na armadilha de entrar no cheque especial ou no rotativo do cartão de crédito para quitar os impostos, pois os juros dessas opções são elevados.

Segundo especialistas da área financeira, é fundamental avaliar o cenário econômico individual antes de fazer uma escolha. Você sabia que os pagadores podem ser divididos em três perfis? Veja abaixo qual é o seu:

Perfil 1 

Aqueles que possuem um excelente planejamento financeiro e têm uma reserva de dinheiro significativa, aplicada em investimentos ou não, cujo valor total supera em algum grau a quantia para quitar o IPVA e o IPTU.

Perfil 2

Essas são as pessoas que estão com as finanças equilibradas, não têm dívidas, mas também não possuem dinheiro guardado. Caso haja uma reserva, o valor geralmente está bem abaixo do que seria necessário para pagar IPVA e IPTU.

Contudo, mesmo que a quantia “salva” cubra essas despesas, não é recomendável “limpar o porquinho”. Dinheiro aplicado na poupança ou em investimentos está sempre rendendo. É preciso ter uma “gordurinha” caso aconteçam imprevistos e emergências.

Perfil 3

Este, infelizmente, é o caso da maioria dos brasileiros: o perfil endividado. Aqui a pessoa não somente está lutando para eliminar as dívidas contraídas, como também para aprender a se organizar. O objetivo é tentar chegar ao nível dos outros dois perfis mencionados anteriormente.

Após constatar em qual desses perfis você se encaixa, basta colocar todos os valores na ponta do lápis para planejar uma forma de honrar o pagamento dos impostos. Se você pertence ao grupo 1, pagar à vista é mais interessante. Mas se você se identificou com os perfis 2 e 3, o parcelamento pode ser a opção mais sensata.

Gostou das nossas dicas? Conta aqui nos comentários qual é o seu perfil financeiro e como você optou por pagar esses impostos!