De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE, a taxa de desemprego recuou para 13,2% no trimestre móvel encerrado em agosto. Em relação ao resultado anterior houve baixa de 0,5 p.p., já quando comparado ao mesmo período do ano passado (14,4%) o número é 1,2 p.p. menor.

Em termos absolutos, a população desocupada totalizou 13,7 milhões, recuo de 3,0% em relação ao trimestre encerrado em julho. Na comparação interanual, a população desocupada foi 1,0% menor do que em agosto de 2020.

Por outro lado, a população ocupada (PO) aumentou 1,3% no mês e registrou alta de 8,5 milhões de pessoas (+8,8%) em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os principais segmentos que apontaram alta no mês foram os de “Empregado no setor privado sem carteira” (+4,4%), “Empregado no setor privado com carteira” (+1,3%), “Conta-própria” (+0,9%) e “Trabalhador doméstico” (+3,6%).

Na comparação interanual os avanços são mais intensos, tendo destaque os segmentos de “Conta-própria” (+18,1%), “Empregado no setor privado sem carteira” (+23,3%), “Empregado no setor privado com carteira” (+6,8%) e “Trabalhador doméstico” (+21,2%).

Nos grupamentos por atividades, em agosto a PO só não avançou em Adm. Pública (-1,2%) e Serviços (-0,7%). Os destaques dos avanços no mês ficaram para os grupos de “Comércio” (+3,1%), “Indústria” (+2,3%), “Construção” (+3,1%) e “Serviços domésticos” (+3,5%). Em relação ao mesmo período do ano passado, os destaques ficaram para as atividades de “Comércio”, “Construção”, “Indústria” e “Serviços domésticos”, que aumentaram 11,1%, 24,7%, 9,4% e 21,3%, respectivamente.

A População Economicamente Ativa (PEA) subiu para a marca de 103,8 milhões de pessoas com alta de 0,7% ante o resultado de julho. Já na comparação com agosto de 2020 a PEA apontou crescimento de 8,8%.

No acumulado em 12 meses, o rendimento médio habitual continua tendo retração e já registra queda de 2,2%. Parte desse movimento é muito influenciado pelo aumento da taxa de informalidade nos últimos meses.

Após meses de recordes na taxa de desemprego, o mercado de trabalho segue apresentando sinais de recuperação com a quarta queda mensal consecutiva e o menor nível desde maio do ano passado. O resultado de agosto veio em linha com as expectativas de mercado e sugere que o indicador continue com seu ritmo de melhora nos próximos meses, influenciado pelo avanço no cronograma de imunização contra o coronavírus e retomada dos principais setores de atividade.

Contudo, apesar da melhora observada no mês, vale ressaltar que a taxa de informalidade segue em patamares elevados, uma vez que boa parte do resultado de agosto foi mais uma vez muito influenciado pelos aumentos da população ocupada em “Conta-própria” e “Empregado no setor privado sem carteira”. Tal movimento contribui para manter o mercado de trabalho fragilizado, tendo em vista que esses grupos são formados por trabalhadores sem vínculos empregatícios e, em média, têm renda inferior à dos demais trabalhadores.