De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada hoje pelo IBGE, o volume de vendas no Varejo Restrito caiu 1,3% na comparação mensal com ajuste sazonal. A atividade acumulada em 12 meses desacelerou mais uma vez, passando de 5,0% para 3,9% entre agosto e setembro. Já no acumulado do ano o resultado apontou alta de 3,8% contra os nove primeiros meses de 2020.

O resultado de agosto ficou pouco acima do piso das expectativas de mercado, de -1,8% para o mês. No mesmo sentido, o indicador de movimento do comércio elaborado pela Boa Vista apontava queda de 0,6% em setembro, enquanto a mediana das expectativas de mercado para o setor também previa baixa de 0,6% no mesmo período.

Avaliando os segmentos na variação mensal (com ajuste sazonal), seis das oito atividades pesquisadas registraram variações negativas em setembro. Os principais recuos ocorreram em materiais para escritório (-3,6%), móveis e eletrodomésticos (-3,5%) e combustíveis e lubrificantes (-2,6%).

Por outro lado, entre os setores que não apontaram queda no mês, artigos farmacêuticos e de perfumaria cresceram 0,1%, enquanto livros, jornais e revistas permaneceram estáveis em setembro.

O Comércio Varejista Ampliado desacelerou seu crescimento para 7,0% na variação em 12 meses. Já na comparação mensal (dados dessazonalizados), o indicador recuou 1,1%.       

Por fim, na comparação mensal, foi observado redução das vendas em 25 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Mato Grosso do Sul (-3,9%), Santa Catarina (-3,6%) e Rio Grande do Norte (-3,4%).

Fonte: Pesquisa Mensal do Comércio - IBGE

Fonte: Pesquisa Mensal do Comércio - IBGE

Fonte: Pesquisa Mensal do Comércio - IBGE

O desempenho do varejo, para o mês de setembro, veio em linha com as expectativas esperadas após revisão do número de agosto, que passou de uma queda de 3,1% para uma de 4,3% na série com ajuste sazonal. Da mesma forma, a análise do acumulado no ano apresentou nova desaceleração nesta última aferição. Logo, o resultado do mês sugere que a economia como um todo segue sem apresentar um ritmo consistente de recuperação, o que tende a refletir sobre os números do setor para os próximos meses.

Ademais, os próximos passos do varejo ainda estão majoritariamente condicionados à imunização total da população e ao ritmo de retomada dos principais setores da atividade econômica. O mercado de trabalho fragilizado, a aceleração da inflação e o aumento dos juros também são elementos que continuam freando o desempenho do setor, reduzindo a capacidade de consumo de famílias e empresas em um ambiente de incertezas e desconfiança.