De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada hoje pelo IBGE, o volume de vendas no Varejo Restrito recuou 0,1% na comparação mensal com ajuste sazonal. A atividade acumulada em 12 meses desacelerou mais uma vez, passando de 3,9% para 2,6% entre setembro e outubro. Já no acumulado do ano o resultado também apontou alta de 2,6% contra o período de janeiro a outubro de 2020.

O resultado de outubro ficou abaixo da mediana das expectativas de mercado, que era de alta de 0,7% para o mês. No mesmo sentido, o desempenho do indicador na comparação contra outubro do ano passado foi muito inferior em comparação a mediana das expectativas, que esperava variação de 5,9%.

Contudo, o número do IBGE veio em linha com o indicador de Movimento do Comércio da Boa Vista, que antecipou o sentido das variações após registrar queda de 0,8% na comparação mensal e de 3,1% contra outubro de 2020.

Avaliando os segmentos na variação mensal (com ajuste sazonal), cinco das oito atividades pesquisadas registraram variações negativas em outubro. Os principais recuos ocorreram em Livros, Jornais e Revistas (-1,1%), Móveis e Eletrodomésticos (-0,5%), Combustíveis e Lubrificantes (-0,3%) e Super e Hipermercados (-0,3%).

Por outro lado, entre os setores que não apontaram queda no mês, Materiais para Escritório e Comunicação cresceram 5,6%, enquanto Tecidos, Vestuário e Calçados apontaram aumento de 0,6% em outubro.

O Comércio Varejista Ampliado desacelerou seu crescimento para 6,3% na variação em 12 meses. Já na comparação mensal (dados dessazonalizados), o indicador recuou 0,9%.       

Por fim, na comparação mensal, foi observado redução das vendas em 10 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Amapá (-2,8%), Roraima (-2,3%) e Rio de Janeiro (-2,2%).

Fonte: Pesquisa Mensal do Comércio - IBGE

O desempenho do varejo em outubro somou a terceira queda mensal consecutiva, o que vem contribuindo para desacelerar o ritmo de recuperação do setor na análise do acumulado no ano. Logo, o resultado do mês sugere que a economia como um todo segue sem apresentar um ritmo consistente de recuperação, o que tende a refletir sobre os números da atividade para o final do ano.

Ademais, os próximos passos do varejo ainda estão majoritariamente condicionados à imunização total da população e ao ritmo de retomada dos principais setores econômicos. O mercado de trabalho fragilizado, a aceleração da inflação e o aumento dos juros também são elementos que continuam freando o desempenho do setor, reduzindo a capacidade de consumo de famílias e empresas em um ambiente de pouco otimismo para os próximos meses.