Comentários: 

• De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada hoje pelo IBGE, o volume de vendas no Varejo Restrito recuou 0,6% na comparação mensal com ajuste sazonal. As projeções apontavam queda de 3,9% para o Varejo Restrito em março. A atividade acumulada em 12 meses acelerou, o indicador passou de 0,4% para 0,7% em março. Na comparação interanual houve alta de 2,4%.

• Avaliando os segmentos na variação mensal (com ajuste sazonal), sete das oito atividades pesquisadas registraram variações negativas em março. Os principais recuos ocorreram em Tecidos, vestuário e calçados (-41,5%), Móveis e eletrodomésticos (-22,0%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-19,1%). Interessante observar que os segmentos de papelaria e de vestuário são os que possuem a maior queda acumulada na análise em 12 meses.

• Por outro lado, o único setor que avançou, responsável por impedir maiores quedas do varejo no mês, foi o de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,3%).

• O Comércio Varejista Ampliado registrou baixa de 1,1% na variação em 12 meses. Já na comparação mensal (dados dessazonalizados), o indicador recuou 5,3%.

• Por fim, foi observado queda das vendas em 22 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Ceará (-19,4%), Distrito Federal (18,1%) e Amapá (-10,1%).

Perspectivas:

• O desempenho do varejo foi influenciado negativamente pelo retorno das medidas restritivas mais intensas e lockdowns espalhados em todo o território nacional, isto porque março foi marcado pelo pior período da pandemia com aumento significativo de mortes e casos diários, ao ponto do Brasil se tornar destaque global da pandemia do coronavírus. Apesar disso, o setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo conseguiu sustentar a queda dos demais segmentos e fazer com que o segmento, como um todo, apresentasse quedas menores que as esperadas para o segmento.

• Os próximos passos do varejo estão condicionados à imunização da população e da evolução da pandemia no país, de forma que as demandas que ficaram represadas durante o ano de 2020 poderão voltar com um pouco mais de força caso haja evolução do controle da pandemia. O mercado de trabalho também é um elemento fundamental para a recuperação do setor, sendo que o impacto da alta do desemprego durante a crise foi, até certo nível, mitigado pelo efeito do auxílio emergencial. E, por fim, é importante ficar atento a nova rodada do auxílio emergencial que iniciou em abril de 2021.