Na comparação interanual foi observada queda de 5,5%. 

De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, o volume de vendas no varejo restrito caiu 1,3% no mês de setembro na comparação mensal dos dados dessazonalizados. O resultado foi um pouco pior em relação à expectativa do mercado, que apostava numa queda de 0,6%, mesma variação apontada pelo indicador antecedente de Movimento do Comércio da Boa Vista no período. 

Dentre os destaques, as vendas foram puxadas para baixo pelos segmentos de “Móveis e eletrodomésticos”, “Combustíveis e lubrificantes” e “Super e hipermercados”, que operaram em queda de 3,5%, 2,6% e 1,4%, respectivamente. Na comparação interanual foi observada queda de 5,5%, resultado que também havia sido antecipado pelo indicador da Boa Vista, que mostrou queda de 4,7% na mesma base de comparação. No ano, o volume de vendas no varejo restrito aponta alta de 3,8% e, em 12 meses acumulados, o crescimento continua desacelerando, tendo passado de 5,0% para 3,9%.  

  Na avaliação dos economistas da Boa Vista, o resultado da pesquisa condiz com o cenário atual, no qual juros e inflação elevados tendem a reprimir o consumo. Isso sem contar o mercado de trabalho, que ainda tem um longo caminho pela frente de recuperação. Mais do que isso, tais argumentos ganham cada vez mais força e devem acompanhar o varejo por muito tempo ainda. 

O resultado do IPCA de outubro, alta de 1,25%, veio acima das projeções no mercado, que apostava numa variação máxima de 1,17%, e isso fez com que a pressão por um ritmo maior de crescimento na taxa de juros aumentasse. De acordo com o Relatório Focus mais recente, a expectativa é de que a taxa Selic encerre o ano em 9,25%, contudo, essa magnitude deve mudar já na próxima semana. 

No meio disso tudo, o setor do varejo ainda compete acirradamente com o setor de serviços, que foi mais impactado pela crise recente. Dado que a renda está em baixa, o consumidor, raramente, tem a opção de poder escolher os dois.