A área de Indicadores e Estudos Econômicos da empresa de inteligência analítica Boa Vista acaba de divulgar um estudo no qual analisa a evolução e a representatividade do e-commerce no país.

Em 2019, o e-commerce representava cerca de 5,8% do varejo restrito acumulado em 12 meses, apurado pelo IBGE, e em 2020 essa parcela subiu para 9,6%.

A forte elevação se deveu, sobretudo, à pandemia, quando as restrições de isolamento/distanciamento social “forçaram” muitas empresas e consumidores a se adaptarem àquele período.

E-commerce cresce em ritmo menor

Desde então, a representatividade do e-commerce em relação ao varejo restrito continua crescendo, mas em um ritmo consideravelmente menor, o que não chega a ser uma surpresa, uma vez que, à medida que a campanha de vacinação avançou, as restrições ficaram para trás e o varejo físico voltou pouco a pouco.

Além disso, existe um outro “entrave” ao desenvolvimento do e-commerce, os altos investimentos em infraestrutura tecnológica e logística que são necessários para integrar todos os elos desse negócio.

Vale ressaltar que, grandes varejistas, cientes de que esse investimento é alto, até oferecem serviços aos médios e pequenos negócios para que usufruam de suas estruturas, por vezes, já consolidadas, e se aproveitem disso [do varejo online] que é uma tendência já há algum tempo.

Crescimento recente

Os gráficos abaixo mostram o crescimento do volume negociado no e-commerce nos últimos anos, bem como, a evolução da representatividade dele em relação ao varejo restrito:

e-commerce

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“A perda de ritmo já era esperada, mas o crescimento do e-commerce ainda é robusto. Mais do que isso, é importante saber o potencial desse negócio.

Alguns estudos, de outras empresas e consultorias, avaliavam que o e-commerce poderia vir a representar cerca de 20% do varejo restrito até 2025, mas este não seria, necessariamente, um limite para o varejo online no Brasil.

Em outros países, onde esse mercado já está em estágio mais avançado, como na China e na Coréia do Sul, o e-commerce chega a representar cerca de 30% do varejo, ou até mais”, explica Flávio Calife, economista da Boa Vista.

“A pandemia mudou o hábito de muitos consumidores e muitas dessas mudanças vieram para ficar, não só pela praticidade, como também pela diversidade de produtos que se pode encontrar no varejo online, geralmente, muito maior do que no varejo físico, e pelo fato de que o e-commerce também aceita diversas formas de pagamento, do tradicional boleto, a cartões de bandeiras variadas, Pix, entre outros.

Contudo, como em todo negócio, sempre existe um risco, e neste caso o mais habitual é o de fraude. Para combater isso, a Boa Vista oferece soluções de antifraude para o e-commerce, de modo que, a empresa também tem um papel importante nesse processo de consolidação e amadurecimento do varejo online de seus clientes”, conclui Calife.