O Indicador Movimento do Comércio, que acompanha o desempenho das vendas no varejo em todo o Brasil, avançou 2,6% em fevereiro na comparação mensal dessazonalizada, de acordo com dados apurados pela Boa Vista. Na avaliação acumulada em 12 meses, o indicador apresenta retração de 5,4%. Por outro lado, na comparação com fevereiro do ano passado houve queda de 2,0%.

Apesar de perceber um aumento na participação das vendas on-line sobre o varejo total ao longo dos últimos meses, esse valor representa ainda, aproximadamente, 10% das vendas totais no varejo, de modo que não foi capaz de evitar a fragilização do comércio provocada pela crise do novo coronavírus, embora tenha contribuído para amenizar a queda na análise de longo prazo.

A queda observada na comparação interanual não surpreende, dado que os fatores condicionantes entre os períodos são muito distintos. Ambos os meses não contaram com o suporte do governo, ainda que neste ano algum resquício do pagamento feito em dezembro possa ter contribuído um pouco, mas em fevereiro de 2020 a taxa de desemprego, por exemplo, era de 11,6%, ao passo que neste ano ela deve ficar acima de 14% no referido mês. No mais, o consumidor está menos confiante e o crédito mais escasso.

Dado o avanço da pandemia, bem como, das restrições na tentativa de combatê-la, o mês de março deve vir fraco, acentuando um pouco mais a queda em 12 meses acumulados.

Abaixo a tabela contemplando os valores mencionados.

Metodologia

O indicador Movimento do Comércio é elaborado a partir da quantidade de consultas à base de dados da Boa Vista, por empresas do setor varejista. As séries têm como ano base a média de 2011 = 100, e passam por ajuste sazonal para avaliação da variação mensal. A partir de janeiro de 2014, houve atualização dos fatores sazonais e reelaboração das séries dessazonalizadas, utilizando o filtro sazonal X-12 ARIMA, disponibilizado pelo US Census Bureau.

A série histórica do indicador está disponível em: www.boavistaservicos.com.br/economia/movimento-do-comercio/