Os pedidos de falência das empresas recuaram 8,0% na média móvel trimestral finda em agosto, na comparação com julho, segundo dados com abrangência nacional da Boa Vista. Por outro lado, mantida a base de comparação, os pedidos de recuperação judicial avançaram 9,2%. As falências decretadas apontaram alta de 2,1% e as recuperações deferidas caíram 6,7%.

Na análise acumulada em 12 meses, todas as ocorrências apresentam queda. As recuperações judiciais deferidas registraram a maior variação, queda de 23,9%. Mantida a base de comparação, os pedidos de recuperação judicial diminuíram 22,2%, enquanto os pedidos de falência e as falências decretadas caíram 18,7% e 10,6%, respectivamente.

Segundo os economistas da Boa Vista, na análise de longo prazo, os números refletem a comparação com uma base elevada em função do impacto trazido pela pandemia, sobretudo, aos pequenos negócios. O cenário econômico ainda é adverso e algumas variáveis tendem a ser um obstáculo, por um pouco mais de tempo, dentre elas a inflação, que continua resistente em níveis altos mesmo após o Banco Central ter elevado a taxa básica de juros, Selic, de 2,00% para 5,25%. Por sinal, a expectativa, agora, é de que a Selic encerre o ano em 8%, o que encarece, de forma mais rápida, o crédito para as empresas. Além disso, os dados referentes ao mercado de trabalho ainda não são animadores. Apesar da taxa de desemprego ter recuado de 14,6% para 14,1% em junho, essa variação se deveu, significativamente, ao aumento da informalidade no período, de 40,0% para 40,6%.

Metodologia

O indicador de falências e recuperações judiciais da Boa Vista passou a ser construído com base na média móvel de três meses da apuração dos dados mensais registrados na base do SCPC (Serviço Central de Proteção de Crédito), oriundos dos fóruns, varas de falências e dos Diários Oficiais e da Justiça dos estados.