Por Thiago Custódio Biscuola, da RC Consultores

O real anotou ontem o quarto dia de desvalorização consecutivo perante o dólar. A cotação do real alcançou R$ 2,33 no fechamento do dia, maior valor desde o dia 05/09/13. No mês de novembro, a moeda brasileira acumula alta de 3,0%, se destacando negativamente dentre as moedas dos países emergentes. Os demais membros do “Fragile Five” (termo utilizado pelo banco JP Morgan para se referir às 5 moedas de emergentes com maior probabilidade de desvalorização cambial) também apresentam sensível depreciação neste mês: Rúpia indiana (+ 2,4%), Rand da África do Sul (+ 2,1%), Rúpia indonésia (+ 2,0%) e Lira Turca (+ 1,5%). Hoje o real abriu em nova alta de 0,2%.

O contexto atual de desvalorização das moedas de países emergentes é similar ao ocorrido em agosto deste ano. Ganhou força nos últimos dias a expectativa de que o programa de compra de títulos do FED sofra o primeiro corte já na próxima reunião em dezembro. Dados positivos da economia norte-americana, como o crescimento do PIB de 2,8% (em termos anuais) no terceiro trimestre, superior à média das expectativas, e a criação de 204 mil vagas de trabalho em outubro reforçaram esta tendência. No caso brasileiro, o stress atual foi acentuado pelo quadro de deterioração das contas públicas, aumentando a percepção de risco do país. A forte volatilidade do câmbio deve permanecer. Assim como o movimento de valorização do real ocorrido entre setembro e outubro, a cotação da moeda poderá ter nova apreciação neste final de ano.

Ed.312